Levantamento foi feito pela Women Corporate Directors Foundation (WCD) com empresas no Brasil
Por Eliane Sobral — Para o Prática ESG, de São Paulo
Em março do ano passado, o Fórum Econômico Mundial divulgou um levantamento segundo o qual serão necessários 135,6 anos para que haja paridade entre homens e mulheres no mercado de trabalho. Nos conselhos de administração das empresas, o avanço das mulheres são lentos, embora constantes. De acordo com o Women Corporate Directors Foundation (WCD), entre 2021 e este ano, o número de mulheres nos conselhos de administração no Brasil saiu de 124 para 133, alta de apenas 7%.
Já o número de eleitas para os conselhos fiscais no país registrou aumento maior – passou de 15, em 2021, para 21 agora. Conselhos de assessoramento também contam com mais mulheres neste ano, saindo de 13 para 23.
“Esses dados trazem um misto de frustração, por um lado, e de comemoração, por outro”, afirma Leila Loria, co-presidente da WCD. Segundo ela, a frustração se justifica pelo avanço ainda lento das profissionais em cargos-chaves como os conselhos. “Mas também comemoramos o fato desta presença estar acontecendo e mais, dificilmente uma mulher deixa de ser reeleita”, afirma.
A executiva aponta algumas barreiras que precisam ser transpostas nas companhias para ampliar a presença feminina nesses órgãos. “A maior parte destes cargos é suprido por indicação e, normalmente, quem indica são os homens, porque ainda são maioria.”
Para Loria, à medida que a jornada ESG (sigla em inglês para responsabilidade ambiental, social e de governança) avança nas companhias, a tendência é que se abra mais espaço para o público feminino na alta gestão. “Quando essa jornada começou, as empresas perceberam que precisavam de pessoas com perfil diferenciado e foi aí que as mulheres entraram”, diz.
Enquanto as empresas caminham lentamente para a diversidade de gênero, as executivas investem, cada vez mais, na própria formação para ocupar essas posições. É o caso de Simone Torres, que por quatro anos comandou as operações da belga Puratos no Brasil, após passar dez anos no exterior em cargos de liderança.
Quando trabalhou na farmacêutica GSK, Torres comandou as unidades da companhia na Venezuela, no México e na Costa Rica. No ano passado, ela concluiu o curso do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e se prepara para voltar ao mercado, seja como executiva ou integrante de conselhos de administração.
“É importante estar atualizada e muito bem preparada para poder aportar não só meu conhecimento prático, como também das tendências globais que aprendemos nesses cursos”, diz ela, que também fez cursos de estratégia sustentável, da Harvard Business School, e de economia circular, da Universidade de Cambridge.
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